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quarta-feira, 20 de abril de 2016

Uma reflexão sobre Teologia Pastoral

John MacArthur, Jr. discute sobre a linha tênue entre a Teologia Pastoral e a Teologia Prática, em seu livro Ministério Pastoral

O que apreendi? 

A Teologia Pastoral reflete sobre o Ofício, os Dons e as Funções, e não sobre atos pastorais necessariamente. 

Por Ofício a Bíblia destaca o Presbítero = supervisor = bispo do Rebanho. 

Por Dons encontramos "pastor, presidir, profeta e mestre". 

Por Função inferimos "cuidar, liderar, pregar e ensinar". 

Um pastor precisa ter claro qual é o seu dom principal, e o que decorre daí.

O Ofício básico, todos os pastores têm, como requer o próprio título. Mas, o dom, nem todos.

Os Dons, o "pack" todo, não precisam ser para todos, e consequentemente as funções também. 

O "problema" é que todos esperam do pastor: cuidado, liderança, pregação e ensino. E acredito que um pastor de Igreja, precisa mesmo ocupar-se com tudo isso. No entanto, também acredito que essas responsabilidades, deveriam ser distribuídas a partir dos Dons de cada um.

Nenhum deveria assumir todas as funções. Elas deviam ser partilhadas.

Todas essas Funções precisam ser preenchidas, mas não necessariamente num só homem. Elas podem ser compartilhadas e assumidas por uma equipe pastoral. 

Independentemente de qual seja a filosofia de ministério, cuidado, liderança, pregação e ensino, precisam acontecer. 

Que se encontrem meios para que o Rebanho seja suprido, com qualidade, e a partir de quem foi chamado para tanto, e contraditoriamente, "o chamado para tanto" pode não ser de quem tem o título, necessariamente. 

E que abra-se espaço para aqueles, que sem título, podem dar a sua contribuição. Claro que todos dentro da consciência e planejamento, fundamentados na Teologia Pastoral. 

Daí, fluíra uma práxis pastoral não competitiva, mas sim partilhada.

Sendo assim, serão evitadas comparações e disputas fúteis. 

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Um deus evangélico criado por nós mesmos

Qual o deus dos evangélicos? Sim, escrevo com letra minúscula, porque nem sempre pregamos o Deus da Bíblia, o Deus do Evangelho. 

Qual é o deus dos evangélicos? Um deus subserviente, que é colocado na parede e alfinetado com as suas próprias palavras, por aqueles se colocam como um outro senhor.  

Qual é o deus dos evangélicos? Um deus que caiu libertinagem, um deus não se opõe ao pecado, um deus que negocia a santidade. 

Qual é o deus dos evangélicos? Um deus que se permitiu alienar às limitações de algumas tendências teológicas, e às convicções particularizadas de alguns grupos. 

Qual é o deus dos evangélicos? Um deus que se satisfaz com algumas músicas, mesmo que elas não sejam somente para ele, que se alegra com o ajuntamento de um povo que não se volta a ele todos os dias. Ele mais parece uma amante que carece de alguns mimos em encontros esporádicos.

Qual é o deus dos evangélicos? Um deus que acredita na família até um certo ponto, mas quando vê que não dá, ele não tem problema em apoiar uma outra família "novinha em folha", e deletar aquela que faliu. 

Qual é o deus dos evangélicos? Um deus que mais parece um cara legal, que topa tudo para que os jovens continuem na igreja dele. Ele é "pop".

Qual é o Deus dos Evangélicos? Um Deus que se revelou em Cristo Jesus, por meio do Evangelho dEle, e que tem como base de revelação de Si mesmo e de Sua vontade as Escrituras, que chamamos de Bíblia. Ela é a base que não o limita, mas que estabelece critérios de compreensão pra nós. 

terça-feira, 5 de abril de 2016

Ligados pela Teologia Calvinista

Há muitos tipos de liderança, mas apenas 3 sistemas de governo: epispocal, presbiteriano e congregacional. Respectivamente estão relacionados com o poder dos bispos, do presbitério e da congregação. 

Claro que as Igrejas locais costumam mesclar esses sistemas de governo. Você pode ter, por exemplo, um pastor congregacional que exerce uma liderança forte e coercitiva, sendo assim, na prática ele é um bispo. Por outro lado, você pode ter líderes democráticos que, voluntariamente, busca a multidão dos conselheiros, então esse traz um "espírito congregacionalista" apesar de sua posição. 
O sistema congregacional em si preza pela autoridade dos membros reunidos. Esse sistema defende que Deus, em sua soberania, pode revelar a sua vontade através da congregação dos crentes. Por outro lado, é preciso salientar que as decisões de "poimênica" cabe aos presbíteros e pastores, e as questões de "elevada monta" só podem ser sujeitadas à Igreja, caso não firam nenhum princípio bíblico. A Assembléia de Membros não deve arbitrar questões que a Bíblia já decidiu

Vamos à História...

Logo após o movimento católico da contra-reforma vieram os puritanos na Inglaterra. Eles entendiam que os “trapos do papado” permaneciam na igreja episcopal oficial e que ela não deveria ter um poder estatal, mas deveria ser livre (presbiteriana ou congregacional). A princípio eles eram apenas um grupo: os calvinistas. Embora a Teologia fosse a mesma, eles se "dividiram" por causa do sistema de governo.

Eles eram homens estudiosos e por isso, Cambridge tornou-se a principal universidade influenciada por eles. E mais tarde os congregacionais quando já na Nova Inglaterra, fundaram a Harvard em 1636, para “ensino avançado”, cujo principal objetivo era conhecer a Deus e Seu Filho, considerado “o único fundamento do saber”, por John Harvard.

Os puritanos, diferentemente dos Separatistas, não queriam somente a separação entre Igreja e Estado, mas queriam independência para as igrejas locaisTambém criticavam a extravagância no vestir, a frouxidão na guarda do domingo e a falta de consciência do pecado.

Henry Jacob (1563-1624) foi considerado fundador dos congregacionais puritanos. Ele foi preso por crer que cada congregação da igreja oficial devia ser livre para escolher o seu próprio pastor, determinar seu programa e administrar seus negócios.

O puritanismo congregacional se firmou e cresceu sob a liderança do coronel Oliver Cromwell.

Thomas Cartwrigh (1535-1603) foi o fundador do puritanismo presbiteriano e quem o alicerçou foi Robert Browne (c. 1550-1633).

Os puritanos foram para a Holanda com um grupo chamado Scrooby e em 1620 chegaram a Plymouth no navio Mayflower, com 100 colonos chamados de Pilgrims (Peregrinos).

A força desses puritanos foi tamanha na Nova Inglaterra que, com a chegada de mais de 20 mil posteriormente, os congregacionais tornaram-se a religião oficial, de teologia calvinista. E com isso, eles pecaram porque exigiam que só teriam direito ao voto no parlamento os membros da Igreja.

Afinal esses homens eram conhecidos por se dedicarem tanto à oração quanto aos estudos das Escrituras nas línguas originais.

Pouco tempo já antes de chegar o ano de 1700, era visível o declínio da Igreja frente ao processo colonizador, movimentos populacionais e uma sucessão de guerras brutais.

O Grande Avivamento, mais calvinista, começou com a separação de Theodore Frelinghuysen nas congregações holandesas reformadas de New Jersey, em 1726.

O fogo do reavivamento iniciado que havia começado entre os presbiterianos logo espalhou-se pela Nova Inglaterra com o pastor congregacional Johnathan Edwards (1703-1758), cuja marca mais notável foi o sermão “Pecadores nas mãos de um Deus irado”. Ele defendia que o homem perdeu a capacidade de voltar-se para Deus e somente poderia fazê-lo pela graça divina.

Outro avivalista, que vale a pena mencionar, é George Whitefield (1714-1770) a partir de Boston. Esse foi o primeiro avivamento, pois houve outro no final do século, de maior força e pode ser considerado, uma contra-partida norte-americana do pietismo na Europa e do avivamento metodista na Inglaterra.

Não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina, os protestantes demoraram chegar. Todos os países já haviam sido colonizados e tinham história e tradição católica romana, inclusive com forte presença dos jesuítas.

O sociólogo Max Weber em “A Ética do Protestantismo Capitalista” aponta porque países colonizados por protestantes são mais desenvolvidos.

Ainda que atrasados, o que nos deu esperança e ainda hoje influencia é que aqui recebemos a boa influência não apenas do Evangelho, mas de homens com uma visão holística da vida. Eles fizeram Missão Integral porque serviram na área da saúde e da educação.

Foram eles, novamente juntos congregacionais e presbiterianos,  Robert Kalley, 1850, e Simonton, 1855. Kalley era médico e Simonton professor.

Kalley recebeu Simonton. Tiveram amizade e até trabalharam juntos.

Seria a teologia o ponto nevrálgico para que haja um relacionamento fraternal e ministerial bem sucedidos?