Sinta-se Em Casa

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terça-feira, 15 de maio de 2012

No Meio do Caminho Uma Pedra


“No meio do caminho tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
tinha uma pedra 
no meio do caminho tinha uma pedra. 

Nunca me esquecerei desse acontecimento 
na vida de minhas retinas tão fatigadas. 
Nunca me esquecerei que no meio do caminho 
tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
no meio do caminho tinha uma pedra”. (Carlos Drummond de Andrade)


É natural a auto-preservação. As pálpebras fecham para proteger a menina dos olhos. Temos reflexo para salvar os órgãos vitais. A própria dor é um mecanismo de alerta e proteção para as coisas não piorarem. MAS, vivemos numa geração que deseja se iludir. A geração do “analgésico”, dos paliativos. Somos uma geração “edonista”. Buscamos o prazer como se ele fosse a própria felicidade. É só observar os comentários sobre Winehouse. Falou-se da dependência das drogas e da morte prematura como um “triunfo irreverente”. Ou simplesmente definimos felicidade como a eliminação das angústias, das dores, das crises.

As aflições fazem parte da vida. Reconhecer isso não é gostar de sofrer. É viver sinceramente a realidade nossa de cada dia.

O QUE VEMOS?
Homens Comendo Lixo:

O Bicho
Vi ontem um bicho 
Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.


Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem. (Manuel Bandeira)


Escolas engessadas:
“...é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem.” (Carlos Drummond)

Conflitos familiares

Aperto financeiro

Gestores insensíveis

Governantes inescrupulosos

O QUE FAZER?
Angustiar-se. Não a ponto de murchar e fazer morrer a esperança, reproduzindo na escola o bicho-homem que faz do lixo da desesperança o pão seu de cada dia.

Doar-se com aquela ingenuidade quase infantil de que podemos mudar o mundo. Mesmo que seja o mundo de uma criança apenas.

Amar a si mesmo e os outros, porque amar é como o chocolate. Libera melatonina. Dá sensação de prazer.

Sentir compaixão. O que é isso? É a capacidade de se colocar no lugar do outro. É enxergar o mundo com os olhos dos outros, mesmo que esse outro seja absurdamente diferente.

Resgatar a alegria da vocação. Temos uma missão a cumprir, e ela é nobre. Um sorriso e um abraço fazem bem.

Prof. Vacilius Lima – E.M.E.I. Elias Andere 2011.

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